A flor.

Dezessete anos atrás, quando enfim cheguei a esse lugar estranho, me pregaram um código, não de barras, mas uma plaquinha onde podia-se ler “Juliana”, deveria ser minha identidade né? Com o tempo descobri que identidade não é só um conjunto de letras que eles lhes dão ao nascer, aliás, até hoje ainda descubro coisas relacionadas a ela. Mas vamos ao que interessa, tenho um RG, CPF e sou uma cidadã vacinada, como todo mundo, ou quase todo mundo.
Graças a genética, sou meio cega, tecnicamente tenho miopia, também sou meio alta, mas tenho um pé meio grande. Ás vezes sou meio termo, outras vezes sou inteira, geralmente sou tão inteira, que isso me faz ter uma sensibilidade incomum. Palavras, músicas, tons, filmes, gestos, tudo me toca intensamente, por isso às vezes posso parecer um manteiga derretida ou a mais boba do picadeiro.
Não sei tocar nenhum instrumento, não que eu já não tenha tentado aprender, tentei, mas não consegui, prefiro atribuir a culpa à coordenação motora, do que a minha falta de talento, porém, isso não quer dizer que eu não goste de música, sim, eu gosto e muito. Hoje em dia, me delicio ouvindo esses prodígios da nossa “nova bossa”, mas também gosto de muita coisa do passado, e aquela música que só a Inglaterra consegue produzir.
Como é perceptível, costumo falar muito, mas não sou extrovertida, sou bem tímida na verdade, poucas pessoas me conhecem a fundo, essas eu conto nos dedos. Doce é uma espécie de combustível pra mim, gosto de qualquer coisa com chocolate, mas não suporto marshmalows!  Tenho um lado meio ativista, mesmo que eu seja sedentária. Gosto de flores, gosto da natureza e tento ser sustentável como posso.
Tenho uma mente fértil também, ainda mais quando tenho papel, revistas, tesouras, tinta guache e papelão. Sim, gosto de escrever, mas nem sempre, ou quase sempre, não tenho inspiração isso é frustrante.
Já mencionei que tenho o melhor namorado do mundo? É, eu tenho. Bato palmas pra ele, porque me aguentar por mais de um ano, não é pra qualquer um. Eu o amo muito! Por conta dele, meu lado meio geek tem aflorado ultimamente.
Acredito em Deus, mas gosto de mitologia grega. Leio, leio muito! Sou a pessoa mais desastrada que conheço, e costumo ser pontual. Tento ver o lado bom em tudo, sonho demais, mas isso não quer dizer que eu não seja racional. Penso muito antes de agir.
Não sei quantas pessoas irão ler isso, ou terão paciência pra ler, por isso vou parar por aqui. É, acho que já deu pra conhecer um pouco a pessoa que vos fala. Se achar que merece continuação, é só continuar visitando esse jardim.