Como viver eternamente.

01 julho, 2012

Na medida em que a velocidade aumentava, os prédios iam ficando cada vez mais borrados e se misturavam com o verde das árvores. O cheiro delas e da poluição urbana também se misturavam. Misturavam-se com aquela minha playlist um tanto eclética, cheia de lembranças, cheia de sorrisos, cheia de lágrimas e cheias de sonhos. Observava o rosto de cada pessoa que passavam por minha janela, da criança ao senhor na praça. Então, comecei a me imaginar ali, em cada canto, com cada idade que aquelas pessoas aparentavam ter.

Poucas crianças ainda brincam nas praças, mas as poucas que vi, aparentavam estar se divertindo, lembraram-me na infância, o cheiro de terra molhada e também a sensação dos pés descalços. Quão bons, foram aqueles tempos. Vi senhores e senhoras nas praças, alguns jogando dominó, outras tricotando. Mas uma cena ficou em minha mente por um bom tempo. Um casal de senhores, passeando de mãos dadas e sorrindo com o vento. Imaginei-me no futuro. Será que chegarei a tal idade? Com tanta saúde e alegria?

Meus pés começam a bater no ritmo da música que salta pelos meus fones de ouvido, que desde que ouvi pela primeira vez, a associei a minha vida e agora se mistura a meus pensamentos iniciais. Quando ela era apenas uma garota ela esperava o mundo“ diz na primeira estrofe. De fato eu esperava o mundo, eu esperava mais. O indeterminado, o eterno, tinha o desejo de viver para sempre, com muitas histórias na mochila. Porém começamos a crescer, começamos a entender e aprender muita coisa. Dúvidas, incertezas decisões.

Quanta responsabilidade o mundo lhe exige dia após dia, o tempo torna-se escasso, o dia curto e a dor de cabeça constante. Mas no rosto da maioria dos jovens que vi, não via nada disso. Onde estavam as preocupações daqueles jovens? Jogados pelas ruas. Vendendo-se pelas ruas. Será que eles um dia quiseram viver para sempre? Quero ter filhos, netos e bisnetos. Uma cadeira de balanço na varanda. E histórias, muitas histórias a contar. Quero ser o melhor para as pessoas que me cercam, quero ser motivo de orgulho, quero ensinar e deixar a minha marca, quando um dia partir. Talvez não seja o que esperava, mas esse é o modo que encontrei para viver eternamente.

Olá pessoas! Como estão?
Primeiramente, gostaria de agradecer ao carinho daqueles que visitam o meu jardim. Fico muito feliz em ver que vocês gostam daqui. Obrigada.
Esse texto escrevi faz um tempinho, hoje o tirei da gaveta e fiz algumas adaptações para participar de um projeto muito legal, que descobri faz um outro tempinho, o Bloínquês. Resolvi participar essa semana da 125º Edição Musical, por ser o trecho de uma música que diz muito sobre mim.
Bem.. E vocês? O que esperavam do mundo? Um dia também quiseram viver eternamente?

Thats all!
Beijos, Ju.

5 comentários:

  1. Continuo querendo viver eternamente, e acho que sempre vou querer!

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  2. Eu também queria viver eternamente Juliana, quando era criança. Mas era uma forma de viver eternamente diferente. Eu queria ser lembrada, tipo Einstein, Sócrates, e tantos outros personagens de nossa história que não convém citar. Eu imaginava que mesmo tendo filhos, família e etc, eles um dia iriam se esquecer de mim. Eu devia ter cerca de 12 anos quando encontrei uma frase, que não me lembro de quem é: "os livros são o único meio de tonar uma pessoa eterna". A frase era mais ou menos assim. Desde esse dia decidi que queria escrever um livro (mas acho que interpretei errado a frase). Mas eu também quero ter filhos, netos e bisnetos :)
    Muito legal o projeto ;)

    Ps: já li e amei o pequeno príncipe, e também adoro Carlos Ruiz Zafon, ele escreve tão bem!!

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  3. Anw, eu queria viver eternamente! Ah, e que saudade da minha infância. Pés descalços, sem se preocupar com nada. Bons tempos! Adorei o texto :)
    Beijos

    Pelos Dezoito
    @maaryale

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  4. Juliana! *-* Eu estou bem, e você? Demorei um pouco pra atualizar o blog, mas fiquei feliz por ter me indicado para o meme, respondi as perguntas no novo post (mas não segui as regras haha). Enfim, eu quero fazer uma continuação pra história da Samanta sim, ela precisa aprender matemática, né, realmente.. HUAHAU mas veremos.. E menina, biologia? Coragem, hein! Eu ia tão mal na escola :(

    (...) Amei o seu texto. Enquanto lia consegui visualizar a praça aqui da cidade (que foi reformada e está adoravelmente clássica), cheia de crianças e famílias. Eu gosto de ir lá de domingo, é bom ficar analisando todas aquelas pessoas e suas vidas. Igual nas suas palavras... E aí você pensa em tudo, no que foi, no que é, e no que quer ser.

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  5. Á primeiro o título do seu texto é do meu livro favorito, depois de lê-lo, apesar de não corresponder a história, me encantou *-*
    Bom, estive ausente do blog, agora retorno, espero você lá. Boa noite, abraços.

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